segunda-feira, 20 de julho de 2009


Era por fragilidade de corpo, tinha os ossos bem fracos, era por fragilidade de corpo que mantinha seu santuário de segredos.
Acordava de manhã, se levantava e olhava a imagem refletindo simples no espelho. E pensava o quanto era secreta. Então escovava os dentes de cigarro para se sentir mundana, 
e ia para o ponto de ônibus.


segunda-feira, 13 de julho de 2009


"Quando chegares a minha idade, 
terás perdido quase por completo a visão. Verás a cor amarela e sombras e luzes. 
Não te preocupes. 
A cegueira gradual não é uma coisa trágica. É como um lento entardecer de verão."

Borges, O livro de areia






Já há tempo venho pensando em, já há tempo havia havendo (rs, para Pi e Beto), mas me demorei até sentar e escrever (todo na pretensão chamando isso de produção escrita, ah, me poupa Victor). Enfim,
tente, vai olhando pro longe, deixando que se perca a vista, saindo de foco, ficando mais fora de.
Acontece que as coisas vão se pincelando, pouco a pouco, meio Monet; e tudo vira plano, uma tela, bela tela, e então se pode, ao menos se sente poder, então se pode olhar tudo como espectador. Mero espectador. 
Não é que as coisas estejam ruins (contrário, ando um deslumbre!), mas adquiri o hábito/vício de ver aqui lá, meio de longe, meio de canto de olho. Mas só de vez em quando, como por diversão, rs. Enfim, nada sério e bem sem ponto.



 

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