Soube esses dias.
"O céu parece um hematoma roxo."
Imagine só! uma soprano cantando isso. Imagine uma soprano cantando isso numa linguagem musical incompreensível [não incompreesível no sentido de que, um dia, ainda será compreendida e que, agora, ainda não estamos preparados para; incompreensível no sentido de "meu deus, como alguém conseguiu escrever isso"]. Letra da própria compositora!
Se eu fosse ela, acordaria to-dos-os-dias pensando como sou vanguarda. Mo-der-na.
Mas tentaria lembrar também de TANTA coisa. Como exemplo, que na década de 50 John Cage fez 4'33". A orquestra entra, o maestro entra. Primeiro movimento. Segundo, terceiro. Nenhuma nota. No final, larga a batuta, puxa o lenço e da testa limpa o suor. Nenhum hematoma nem na letra nem na música e, last but not least, muito menos na platéia. Nenhuma nota.
Muito mais vanguarda e muito mais moderno. Na década de 50.
E de um bom gosto muito maior.
[ainda acho que a música deve ter um efeito catársico na platéia. mas discutir essas coisas de conceito ok, fica pra próxima]
[e, como também sou moderno, rs, um post multimídia!]