terça-feira, 28 de setembro de 2010



não raro [ou melhor, freqüentemente, quando minha indecente relutância - em me lembrar que costumava, vez em quando, dar uma de quem escreve algo - resolve dar uma pausa] não raro escrevo sob influência de catástrofes climáticas, com o perdão de quem, de fato, já sofreu uma, rs; 
fato é que a paisagem do cerrado brasiliense se permitiu hoje ser vítima de uma tempestade de poeira que deixou tudo tão cinza, questão que me deixou com leve curiosidade por essa cidade não se dar nem ao trabalho de colorir de marrom o que era para ser azul. Mas cinza. Poeira poeira. Mas poeira pra mim é marrom. 
Enfim, passado o vento no céu, este se coloriu [e colorir aqui se torna uma palavra completamente inadequada] de cinza nos horizontes todos, e subindo, subindo, um cinza azulado, e subindo, um cinza esbranquiçado. E me sentei na sacada tentando - em divertido aproveitamento de fim de tarde - tentando decifrar se era céu-azul-acinzentado, se era nuvem de chuva carregada, se era céu-branco-acinzentado, ou se era nuvem cinza de poeira. Era tudo numa textura tão homogeneizada de cinza-azul cinza-branco e cinza-cinza que eu não sabia dizer que coisa era que coisa. 
E me diverti pensando que um dos pontos da vida é justamente esse: tentar descobrir se nuvem é céu, se céu é poeira ou se poeira é vida. No final das contas, depois de tanta seca, há de ventar para chover.
Ai ai. Tou ficando brega. 
Beijo, Ly.



 

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