quinta-feira, 9 de junho de 2016


Acordei longe de casa, pensei. 
Mal pudera frase tão errada com sentido algum, seja o caso pensar: acordar pressupõe dormir, dormir há anos não me é um forte, e meus fortes das guerras antigas estão há tempos pro léu -, ficou uma boca de fogo ou outra meique dormente, preparo pela metade, bombarda em pólvoras jogadas àgua aguardando no tempo utilidade - grandes feitos então inúteis em minhas praias, a altas alturas porque mar aqui vez em quando voa grandes recuos predizendo volumes em ondas de quando tremece dentro, feito noite que mal passa nos anseios do dia que mal vê as dúvidas da noite que só acaba porque vem o sol que só nasce pra se pôr 
daí deram-se contas os fortes largados que sol despontou longe de casa, quão longe é possível no espaço-tempo, longe horas de ponteiros de relógios outros, longe wormholes que começam e terminam num mesmo lugar percorrendo o sideral conhecido em frações indivisíveis de segundos, saltos quânticos calculando todas as possibilidades e caminhos em todas dimensões direções, longe algumas estações de metrô, arniqueiras 
de casa que não esteve e não há, porque casa é onde se rodeia dos pequenos fragmentos dessa vida roseando memória se dizendo eu, safespace de conforto e construção, 
Tornar fortes abandonados em realeza de castelania - a beleza das reformas -, tornar ostentação dos palácios em abandono - teias aracnídeas finas resistentes pelos cantos e quadros 
a vizinhanca, as histórias de quem me coloca na xícara um café, as árvores que vou reconhecendo uma a uma, a hora em que o sol faz sombra de tal forma ali naquele bloco da frente. 


0 comentários:

 

Miopismos © 2008. Chaotic Soul :: Converted by Randomness