sexta-feira, 10 de junho de 2016


começa-se preparo. As varas os anzóis as iscas a paciência. Calcular horário, visto possível distúrbio que podem causar os insetos. As roupas geralmente específicas pro conforto na espera. 
Senta no aguardo, insuspeito. Iscas vivas?, minhocuçus ainda cheios de movimento pegajoso. 
Lança. 
Guarda os incômodos circulares concêntricos que fez a interrupção da superfície lisa d'Água enfraquecerem. 
Primeiro movimento é sumir peixe. Oferta de corpo assim levanta espanto. 
Espera. 
Afinal não é um corpo tão estranho assim. 
Vêm mordiscadas. Não é hora ainda, está tateando com a boca. Uns pássaros espertos observam de árvore próxima. 
Mordiscam mais forte, alguma confiança. Não é hora ainda, necessário maior ângulo do maxilar. Voam porque sabem. 
A boca fria cheia de água gelada dispõe então, finalmente toda. Brusco, fisga anzol: instrumento ardiloso, perverso. Entra que mal se vê, dada forma: ponta em fração de milímetro que, afiada, se expande. Parasse o tempo. Daí a linha firme invisível de náilon puxa conduzindo lenta tenaz dissimulada inflexível confiante sádica prum fora da água em que há tanto ar porém não. 
Os olhos vão secando; o desespero das guelras, inutilizadas membranas, correndo abrir fechar da busca. Escamas sujando, barro onde antes tão reluz: fazer apoio no chão às mãos de tirar anzol: estalo surdo que faz o arrancar do ferro rompendo as texturas da carne: fura quase despercebido, só sai no rasgo: pedaços ainda no estômago, voltando gosto na boca.


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